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O marco civil faz história e manda recado

O Brasil lidera o ataque à hegemonia dos EUA na internet. Por Cynara Menezes
por Cynara Menezes — publicado 02/05/2014 10:01, última modificação 03/05/2014 12:04
Nelson Almeida / AFP

Ao lado da presidenta Dilma Rousseff na abertura do eventoNetMundial  em São Paulo, Tim Berners-Lee, considerado o “pai da internet”, deu o tom da calorosa recepção internacional que se seguiria à aprovação do Marco Civil. “Estou pedindo que todos os países sigam o exemplo do Brasil e da Europa. É um exemplo fantástico de como o governo pode ter um papel positivo no desenvolvimento da rede”, disse.

Embora a imprensa brasileira tenha preferido destacar a decisão da ministra Rosa Weber, do STF, a favor da realização de uma CPI exclusiva da Petrobras, vários jornais do mundo trouxeram artigos sobre a aprovação de forma entusiástica, sobretudo na França, país coorganizador do evento. O jornal Le Monde trouxe reportagem de primeira página sob o título “O Brasil lidera a batalha contra a hegemonia norte-americana na web”.

O presidente da Associação Francesa para a Nomeação de Domínios de Internet em Cooperação (Afnic), Mattieu Weil, que estava em São Paulo para o evento, declarou-se otimista. “Nós não vamos fazer a revolução em dois dias, mas o Brasil está bem posicionado para fazer avançar a reforma da governança da internet. Está próximo aos princípios europeus, e, ao mesmo tempo, possui a confiança dos países menos desenvolvidos.”

A sanção também foi alvo dos elogios de Vinton Cerf, outro dos criadores da internet e atualmente vice-presidente do Google, como uma “iniciativa multipartidária que oferece importantes garantias para proteger a plataforma web e os direitos dos usuários”, e também de Nnenna Nuakanma, uma das criadoras da Fundação de Software Livre e Open Source para a África, que parabenizou os brasileiros.
  O objetivo dos ativistas da rede é chegar a uma espécie de Constituição mundial da internet que possa garantir no futuro que endereços, nomes de domínios e protocolos não estejam mais, como hoje, sob a tutela dos EUA. Como disse a ministra francesa para as relações digitais, Axelle Lemaire, em São Paulo: “A web não deveria ser como o Velho Oeste, onde o que vale é a lei do mais forte”. Um disparo direto ao domínio norte-americano.

Vários especialistas apontaram que o Marco Civil brasileiro avança no sentido de mudar a governança da internet no mundo. “A neutralidade torna inadmissível qualquer restrição da rede por motivos comerciais ou de qualquer outra natureza”, disse Dilma Rousseff. Pela primeira vez, a presidenta foi ao Facebook responder ao vivo às dúvidas dos internautas em relação ao projeto, principalmente quanto à possibilidade de “censura” que vários setores quiseram associar ao projeto. Pelo contrário, disse Dilma, a lei “assegura a liberdade de expressão, a privacidade e o respeito aos direitos humanos”.

À frente do projeto como relator há três anos, o deputado Alessandro Molon (PT-SP) denunciou haver uma guerra de informação contra o projeto, que começou com a resistência das teles à neutralidade da rede e continua agora no campo da “guerra política”. “Ou é desinformação, desconhecimento sobre o projeto, ou é guerra política, para que a sociedade civil fique contra. Esta história de dizer que se pretende tolher a liberdade de expressão, por exemplo, é uma mentira sem tamanho. É um antídoto contra a censura, isso sim”, disse Molon.

 

O princípio da neutralidade, um dos itens centrais do Marco Civil e o mais combatido pelo lobby das teles, estabelece que a rede deve ser igual para todos, sem diferença quanto ao tipo de uso. Ou seja, ao comprar um plano de internet o usuário paga somente pela velocidade contratada e não de acordo com o tipo de conteúdo (vídeos, e-mails, chats) que pretende acessar. No dia seguinte à sanção por Dilma, as operadoras de telefonia já estavam nos jornais dizendo que poderão vender serviços diferenciados, cobrando mais.

“Isso não se pode fazer, seria quebrar a neutralidade”, disse Molon. Embora o Marco Civil preveja que os provedores de conexão ficam proibidos de guardar os registros de acesso a aplicações da internet, houve polêmica sobre o artigo 15, alvo de pedido de veto à presidenta por ativistas. O artigo prevê que as empresas devem manter o registro do rastro digital do usuário por seis meses, o que foi visto como ameaça à privacidade.

Para Alessandro Molon, trata-se de falta de entendimento sobre a lei.  “Sem essa guarda de dados seria impossível combater a impunidade. Foi um pedido da Polícia Federal e do Ministério Público, mas o que as pessoas não sabem é que os dados são sigilosos e só podem ser revelados sob ordem judicial”, disse o deputado, admitindo, porém, que a presidenta Dilma ainda pode fazer modificações no artigo na redação do decreto que regulamentará o Marco Civil.

 

A sessão do Senado que aprovou o projeto, na terça-feira 22, esquentou, com bate-boca entre os senadores Aécio Neves, pré-candidato do PSDB à Presidência, e o petista Lindbergh Farias, que pretende se lançar ao governo do Rio. Aécio pediu um mês de prorrogação para análise e criticou a “pressa” do governo em sua aprovação. Lindbergh rebateu dizendo que os tucanos davam um “tiro no pé” ao querer atrasar a votação do projeto, que contava com mais de 350 mil assinaturas pedindo urgência. Começou uma troca de acusações sobre quem trabalha mais ou menos e a sessão precisou ser suspensa para acalmar os ânimos.

Após a aprovação, o clima no Palácio do Planalto era de franca comemoração, a despeito da decisão de Rosa Weber. Entre os assessores da presidenta, o Marco Civil já era considerado o “grande gol do ano”. Com uma vitória particular para Dilma, que, ao reforçar a investida contra o domínio norte-americano na internet, se viu vingada das denúncias de espionagem de seu governo feitas por Edward Snowden no ano passado.

“Esses fatos são inaceitáveis e continuam sendo inaceitáveis. Atentam contra a própria natureza da internet”, criticou a presidenta ao discursar na abertura do NetMundial. A africana Nnenna Nwakanma, que representava a sociedade civil no evento, fez questão de agradecer a Snowden na abertura. “Para todos nós que amamos a internet, e todos nós que estamos aqui, e a alguém chamado Edward, Edward Snowden, obrigado”, disse Nwakanma. Dilma sorriu e aplaudiu de pé.

 

Disponível em: <http://www.cartacapital.com.br/revista/797/o-marco-faz-historia-e-manda-recado-3282.html> Acesso em: 12 Set. 2014. 


 

Cigarro é mais viciante que cocaína, aponta relatório

Publicado: Atualizado: 
SMOKING CIGARRETTE

Os cigarros estão mais viciantes e perigosos. É o que se pode concluir a partir de um relatório lançado nesta terça (2) pela Tobacco Free Kids.

 

O trabalho, que foi elaborado a partir de pesquisas e documentos cedidos pela indústria do tabaco, afirma que é mais fácil se tornar dependente do cigarro que da cocaína e da heroína.

 

Segundo o relatório, isso é resultado de uma estratégia adotada pelas companhias.

Amônia, açúcares, e mais nicotina foram sendo adicionados à fórmula dos cigarros nos últimos 50 anos.

 

Esses aditivos fazem com que a fumaça se torne menos agressiva ao paladar e mais fácil de ser inalada, mas aumentam o efeito nocivo do cigarro à saúde.

 

Para se ter uma ideia, entre 1999 e 2011 o teor de nicotina dos cigarros aumentou em cerca de 14,5% em média. A substância é o principal causador de dependência do cigarro, e os sintomas de sua abstinência aparecem poucas horas depois de fumar.

Já a amônia aumenta a velocidade com que a nicotina é absorvida, amplificando asensação de satisfação após fumar.

 

O açúcar, além de ser um saborizador, suaviza o sabor da fumaça.

Os artifícios para tornar o produto mais atrativo e facilitar a dependência não passam só pelo tabaco: o papel e os filtros ganharam pequenos orifícios, que permitem que o fumante aspire um volume muito maior de fumaça. São os chamados filtros ventilados.

"Nicotina e heroína apresentam mecanismos semelhantes para o desenvolvimento da dependência", afirmou um dos autores do relatório, o professor da Universidade da Califórnia David Burns à Agência Estado.

 

Burns criticou a suspensão no Brasil da resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que proibia a adição de produtos que conferissem sabor para os cigarros.

"Companhias usam os aditivos para aumentar o número de vendas, para atrair jovens e evitar que pessoas abandonem o tabagismo", disse.

Romeu Schneider, da Câmara Intersetorial do Tabaco, lembrou à Agência Estado que a venda de cigarros a menores é proibida no Brasil. "É uma regra acertada. Respeitamos. Se crianças têm acesso, é a cigarro contrabandeado."

(Com Estadão Conteúdo)

 

Disponível em:<http://www.brasilpost.com.br/2014/09/02/cigarro-viciante-cocaina_n_5756376.html?utm_hp_ref=mostpopular> Acesso em: 04 Set. 2014.


 Racismo?: latino tira uma letra do nome no currículo e recebe centenas de respostas

Publicado: Atualizado: 
JOS ZAMORA
José Zamora, americano de origem latina, seguia uma rotina.

Durante os vários meses em que estava procurando emprego, ele diz que abria seu computador toda manhã e varria a internet em busca de oportunidades, se candidatando a tudo aquilo que ele sentia ser qualificado o suficiente para fazer.

No vídeo acima, feito pelo Buzzfeed, ele calcula ter enviado entre 50 e 100 currículos por dia -- o que é, em uma palavra, impressionante.

Mas Zamora disse que não estava conseguindo nenhuma resposta. Tinha um palpite do porquê. Para verificar, tirou a letra "s" do seu nome.

José Zamora virou Joe Zamora. Uma semana depois, sua caixa de emails estava lotada.

Como ele explica no vídeo, "Joe" não mudou nada em seu currículo além daquela única letra. O que Zamora fez, efetivamente, foi "embranquecer" o currículo.

Apesar de o envio de currículos online parecer um avanço em relação à discriminação racial na hora de contratar, vários estudos demonstram que, nos Estados Unidos, acontece contrário.

Empregadores, conscientemente ou não, discriminam nomes que "parecem" negros ou latinos, como informou o New York Times.

Um estudo muito citado aponta que candidatos com nomes que "soam brancos" receberam 50% mais retornos de entrevistadores do que aqueles com nomes que "soam negros".

"Eu tive de tirar uma letra para conseguir um cargo", disse Zamora. "Às vezes eu acho que as pessoas não estão nem conscientes de que estão julgando, mesmo que seja pelo nome, mas eu acho que nós fazemos isso o tempo todo".

Disponível em: <http://www.brasilpost.com.br/2014/09/03/discriminacao-racial-emprego_n_5762140.html?utm_hp_ref=mostpopular> Acesso em: 04 Set. 2014